Nasceu
na cidade de Nossa Senhora das Neves, atualmente João Pessoa, na Paraíba, no
dia 15 de maio de 1655, filho legítimo de Matias de Freitas Nogueira e sua
mulher Antonia Nogueira Ferreira. Casou-se com Antonia de Oliveira Correia
natural de Pernambuco.
Em 19 de
abril de 1680, o Capitão-Mor Geraldo de Suny concedeu aos irmãos Manoel
Nogueira Ferreira e João Nogueira a sesmaria, por eles requerida, para
colonizar a ribeira do Apodi. A disputa pelas terras era uma evidência.
Pelos
seus dados biográficos, encontrados nos documentos históricos em nosso poder,
não completara Manoel Nogueira Ferreira 25 anos de idade, quando pisou pela
primeira vez o solo da antiga Podi, em 1680. Não encontrando maiores
dificuldades, inicialmente, para conquistar os indígenas aqui estabelecidos, é
de supor que fosse um bom conhecedor dos seus costumes e hábitos, pois isto
facilitava a aproximação com os índios.
A cobiça
dos irmãos Nogueira, pela terra que acabavam de descobrir e que logo
reconheceram ser de excelente qualidade, com possibilidade de fazê-los
progredir na exploração da agricultura e da pecuária, da caça e da pesca,
deve-lhes ter despertado a ideia de afastar, o quanto antes, os primitivos
moradores que aqui encontraram. Este era, de modo geral, o pensamento dos
colonizadores da época, egressos de “bandeiras’ e “entradas”, muitas vezes, e,
como sempre, impiedosos depredadores das comunidades indígenas.
Com a
sublevação geral dos índios ocorrida entre os anos de 1687 e 1696, morre
Baltazar Nogueira, irmão de Manoel Nogueira, em luta travada com os
índios paiacus nas proximidades da Lagoa Apanha Peixe. Não suportando mais os
ataques dos silvícolas, os colonizadores tiveram que se retirar da região, onde
já haviam feito plantações e instalado a criação de gado. Alguns anos depois os
Nogueiras retornaram às terras da ribeira do Apodi com Manoel Nogueira no
comando, na condição de Sargento-Mor da Ribeira.
Naquele
tempo, a penetração do homem numa região desconhecida, hostil, exposto a
perigos de toda ordem, exigia do desbravador, qualidades indispensáveis à
conquista dos objetivos visados. Ser forte, corajoso e adaptado ao ambiente,
eram condições necessárias para suportar as longas e duras caminhadas, de
milhares de quilômetros, através de matas, rios e serras, onde as doenças, o
índio bravo e as feras, eram uma ameaça permanente a esse tipo de
aventura.
Foi
justamente enfrentando tudo isto, desafiando todos aqueles obstáculos, que o
jovem Manoel Nogueira veio esbarrar, numa de suas penetrações por regiões
nordestinas, nas margens da Lagoa Itaú, que significa “pedra preta”. Com o
correr dos tempos, passou a se chamar lagoa Apodi.
Tornara-se
Manoel Nogueira Ferreira um dos primeiros desbravadores da região oestana do
Rio Grande do Norte, penetrando pelo sul da província, procedente da Paraíba,
para implantar os fundamentos iniciais da nossa economia agrícola e pastoril.
Fazendo roçados, plantando, criando gado, abrindo estradas, construindo e
implantando as primeiras vias de comunicação. Fundava-se Apodi. Manoel Nogueira
faleceu em sua fazenda Outeiro, no município de Apodi, em 17 de janeiro de
1715.
Fonte
consultada: Apodi,
Sua história - Válter de Brito Guerra.